quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Poema para não voltar

Filha de ninguém,
Abrigada na noite,
Sem casa para voltar,
Sem ninguém para se permitir perder 
Sem abraços para descansar 
Mais só do que quando veio ao mundo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Medo.

Cá estou eu para rabiscar um texto diferente do que estou habituada, e isso é bom, a mudança também se faz necessária.
Hoje choro sobre o medo.
Não um medo qualquer, que todo mundo tem, como o medo da morte, ou de perder entes amados, de ser esquecido, falo de um medo desses que te engole por dentro, que te trava o coração, e o riso também. Ah, sim, isso existe. Trata-se do medo de ser plenamente feliz. Antes de me julgar louca (ora, que péssimo trocadilho), permita que eu explique:
Uma das coisas que todos buscam incessantemente durante o decorrer do tempo é a felicidade. Um sentimento puro, bom, capaz de contagiar as pessoas e o ambiente que o cercam, é onde se encontra plenitude. Afinal, ainda não conheci coisa melhor do que sorrir sem culpa, sorrir por ser reflexo e não máscara pra esconder o que mora em si. 
Mas o que acontece quando levas o baque? Aquele que te pega desarmado, com as calças no joelho, que destrói e mata. 
tu tentas de novo, dá a cara a tapa por ser incapaz de aceitar que algo tão bom pudesse ser construído com mentiras. Sofre, dói pena, sangra, grita sem que te ouçam, mas tenta de novo. O recomeço é tão mais difícil, inclusive do que o próprio começo. 
E o que se pode fazer para evitar tal tragédia? Se pensa muito no "não". Não ser feliz por completo, pois tal felicidade te preenche a ponto de te esvaziar ao extremo quando se vai. 
Falo de ausência, do corte que é mais fundo do que teus olhos podem ver e tuas mãos podem tocar. Mesmo diante dos anos que assisto isso se repetir ainda não consegui criar uma estratégia boa o suficiente para me poupar, porque tenho medo, mas em medida maior tenho amor e me poupar nunca foi da minha natureza.