Cá estou eu para rabiscar um texto diferente do que estou
habituada, e isso é bom, a mudança também se faz necessária.
Hoje choro sobre o medo.
Não um medo qualquer, que todo mundo tem, como o medo da morte, ou de perder
entes amados, de ser esquecido, falo de um medo desses que te engole por
dentro, que te trava o coração, e o riso também. Ah, sim, isso existe. Trata-se
do medo de ser plenamente feliz. Antes de me julgar louca (ora, que péssimo
trocadilho), permita que eu explique:
Uma das coisas que todos buscam incessantemente durante o decorrer do tempo é a
felicidade. Um sentimento puro, bom, capaz de contagiar as pessoas e o ambiente
que o cercam, é onde se encontra plenitude. Afinal, ainda não conheci coisa
melhor do que sorrir sem culpa, sorrir por ser reflexo e não máscara pra
esconder o que mora em si.
Mas o que acontece quando levas o baque? Aquele que te pega desarmado, com as
calças no joelho, que destrói e mata.
tu tentas de novo, dá a cara a tapa por ser incapaz de aceitar que algo tão bom
pudesse ser construído com mentiras. Sofre, dói pena, sangra, grita sem que te
ouçam, mas tenta de novo. O recomeço é tão mais difícil, inclusive do que o
próprio começo.
E o que se pode fazer para evitar tal tragédia? Se pensa muito no "não". Não ser
feliz por completo, pois tal felicidade te preenche a ponto de te esvaziar ao
extremo quando se vai.
Falo de ausência, do corte que é mais fundo do que teus olhos podem ver e tuas
mãos podem tocar. Mesmo diante dos anos que assisto isso se repetir ainda não consegui
criar uma estratégia boa o suficiente para me poupar, porque tenho medo, mas em
medida maior tenho amor e me poupar nunca foi da minha natureza.